Exclusão digital no Brasil

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O desafio do setor de telecomunicações é democratizar o acesso à internet

 

Duas décadas após a privatização do sistema Telebras e apesar do avanço da banda larga e da instalação de fibra ótica nos últimos anos, as desigualdades no acesso à internet no Brasil continuam elevadas, seja quando o corte é a distribuição do serviço por classe socioeconômica, seja na sua difusão por áreas urbanas comparada com as rurais.

Estes são os principais resultados da  pesquisa TIC nos Domicílios 2017, produzida pelo Cetic.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação):

  • 64% das residências brasileiras têm banda larga fixa. Nas classes mais baixas, 48% do acesso à internet é feito pela rede móvel;
  • a  distribuição dos serviços é desigual.  Enquanto 99% das residências na classe ‘A’ possui acesso à internet, o serviço está presente em apenas 30% dos domicílios de classe ‘D/E’ e em 34% das áreas rurais;
  • o preço é o principal motivo para ausência do serviço para 27% dos entrevistados. Ademais, a falta de disponibilidade da tecnologia na região e de conhecimento para usar a internet também constituem entraves para ter acesso à internet fixa.

 

Para o presidente da Abrint (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações), Basílio Rodriguez Perez, o desafio do setor nas próximas décadas é a inclusão digital: “Quase todo mundo tem acesso à internet móvel, mas só metade da população tem internet fixa em casa, que é o que permite trabalhar e acessar serviços de entretenimento, por exemplo”. É preciso mudanças na regulação e que haja incentivos do governo para que conexões com maior velocidade cheguem em áreas isoladas, já que a disponibilização do serviço em determinadas regiões não é atrativa para grandes operadoras.

Desde a privatização do setor de telecomunicações em 1998, a tecnologia e o comportamento do consumidor mudaram. Na época, o telefone fixo era considerado artigo de luxo e o carro chefe do setor de telecomunicações. Duas décadas depois, a realidade é completamente diferente. Apesar de a telefonia fixa ter se popularizado – são 41 milhões de linhas existentes – o serviço entrou em declínio diante das possibilidades oferecidas por celulares.

Enquanto não há mais interesse pelo telefone fixo, o acesso móvel e a demanda por banda larga, que nem existiam em 1998, ganharam espaço. Segundo dados do Sinditelebrasil, há 20 anos existiam quatro celulares a cada 100 pessoas. Hoje, são 113 a cada 100.

Segundo dados do Sinditelebrasil, este é retrato do setor de telecomunicações no Brasil:

  • telefonia móvel – passou 7,4 milhões de celulares em 1998 para 236 milhões;
  • telefonia fixa – passou de 20 milhões linhas em 1998 para 41 milhões em 41.667 localidades;
  • TV por assinatura – passou de 2,6 milhões para 18 milhões;
  • banda larga (rede fixa) – o serviço não existia em 1998, mas somam 28,7 milhões de acessos atualmente;
  • banda larga móvel – Lançado em 2008, são 206 milhões de acessos.
  • cobertura 3G – presente em 5.168 municípios brasileiros, 99% da população brasileira;
  • cobertura 4G – presentes em 3.901 municípios brasileiros, 93% da população brasileira.

 

Fonte: Poder 360

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